Meus vícios e eu

"E mesmo assim fica interessante não ser o avesso do que eu era antes" (Kid Abelha)

Em cada espaço de mim tem um vício. Em cada gesto, cada pulsar, cada respiração. Vícios que me personalizam, marcam pra outros e até pra mim. Quem conseguir entender esses repetitivos e exaustivos atos que me tornam insuportável me explique.

Tento decifrar atrás de cada fala sua uma intenção. Acho que posso entender minha vida por si só. As pessoas realmente não merecem tanta confiança, mas insisto em me iludir justamente com o contrário. Incomodar com pouco, relaxar com muito. Roer os cantos das unhas numa tentativa frustante de aliviar a ansiedade.

Vício de te querer aqui, de querer estar aí. Vício de sonhar! Com tudo, comigo, contigo, conosco. De pensar demais nos meus erros e esquecer que se deu errado a culpa não é SÓ minha. De querer consertar demais até o que parece estar certo. Vício de ouvir melodias, identifcar letras, vivenciar outra realidade.

O pior de todos é o vício de amar. Incontrolável, indecifrável, inconstante, inconveniente, incerto e todos os 'in' que se adeqüem. Se não posso controlá-lo, ao menos instigo outros, para sufocar aquele que sempre me tira os pés.

Texto de Patrick Moraes