sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Se eu fosse você...


"I wish you'd never forget the look on my face when we first met" (Kate Nash)

Se eu fosse você eu sonharia com o casamento perfeito. Teria dois filhos, uma cama de casal, moraria no Leblon e escrevia o maior sucesso de vendas literário. Talvez uma trilha num final de semana ou uma praia com aquele pôr-de-sol na Bahia. Um cineminha em plena segunda de noite para começar a semana bem. Aquecer sua mão na minha, fazer carinho, sentir encanto.

Se eu fosse você eu diria todo dia que o melhor é não se prender. Mas diria também que quando o coração acelera é porque valeu a pena. Ou valerá! Tudo uma mera questão de tempo. E talvez sentir saudade é mais angustiante que não ter do que lembrar.

Se eu fosse você apertaria o player do som e dançaria a música da sua vida. Gritaria tudo que está preso na garganta. Nada mal fazer daquele sofá um palco de show, não? E talvez até alguém como espectador para completar a noite.

Se eu fosse você eu esqueceria os amores do passado, mudaria de cidade amanhã e tentaria ser feliz de outra forma. Outro ângulo do quadrado? Uma janela de ônibus me liberta. Ou me prende de vez. Atravessaria a ponte olhando pra baixo e veria que do meu lado tem alguém me protejendo.

Se eu fosse você eu seria exatamente assim.
Singelo, interessante, talvez indefinível,
mas cativante o suficiente para prender.

Texto de Patrick Moraes

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Que comece!


" 'Cos it was on a hidden bit that nobody else could see" (Kate Nash)

A trajetória recomeça, que lancem os dados. Lembro como se fosse hoje começando o ano que passou. Eu fazia planos, bem parecidos com os atuais. Possivelmente não eram concretos a ponto, mas eram intensos. Alguns deram certo, outros... nem tanto. As coisas ocorreram da forma mais exata possível, não pude, e nem quero, mudar uma vírgula do texto. Confiança no tempo foi a grande lição. Convicção e coragem. Se não houver desejo, não haverá verdade! Direção, apontar a rota e seguir. Se não for assim, não vai. E foi!

Com toda liberdade do mundo, eu senti que faltava. Senti falta daquele aconchego de família, aquele carinho de vó. O melhor lugar do mundo reside aqui, nessa cama de quarto que um dia foi meu, debaixo dessa coberta, quentinho, ouvindo Kate Nash. Senti falta daqueles amigos que ficaram longe, daqueles papos que ficaram mais curtos, daqueles abraços que ficaram mais raros. Senti falta daquele colégio que acabou de vez, das aulas chatas em plena segunda de manhã e dos intervalos que quase não havia o que fazer. O trem passou, assim como essa primeira parte da liberdade vai passar. E agora é hora de aprender mais; experimentar, quebrar a cara, saber o que vale a pena.

Planos? Os maiores e melhores possíveis. Quero escrever um texto que eu possa guardar para o resto da vida dentro do baú e lembrar do momento a cada vez que ler. Quero ganhar um livro de presente junto com o cd daquela cantora preferida que eu tanto ouvi no notebook. Quero chorar de saudades daquela amiga que está longe e pular de alegria quando abraça-la. Quero passar um dia inteiro deitado na cama, pensando nas complicações da minha vida e comendo um pote de jujubas. Quero olhar em teus olhos e dizer 'te amo' com a maior verdade que meu coração um dia poderá dizer, pra depois me surpreender com teu beijo.

Mais amor. Mais música. Mais sabedoria.
Quero mais vida.

Texto de Patrick Moraes