sábado, 10 de março de 2012

Doce menos doce



So we keep waiting on the worldto change?
adaptada de John Mayer

Cansei de levar a banho maria uma sobremesa que simplesmente caramelizou. É, derrete toda hora e não consigo entender o ponto certo de tirá-la do fogo. Talvez não seja uma sobremesa a melhor metáfora que trago. Talvez nenhuma comparação consiga ser tão próxima de um bicho estranho chamado ser humano. Olho pra gente e vejo simplesmente dois momentos tão distantes que qualquer um com as lentes apuradas ririam dos dois macaquinhos que brincam de ser feliz. Nossos sorrisos são sincronizados, nossos beijos torturam qualquer olhar, mas nossos passos talvez sigam trajetos tão diferentes que está ficando complicado continuar de mãos dadas.

Não consigo viver daquele romantismo exagerado, daquele amor jogado aos seus pés. É piegas pra mim! Os motivos de pensar assim talvez sejam até mais piegas, mas é o passado. O tempo cura, mas não leva a cicatriz. Clareia, esconde, faz esquecer, mas se tornou tatuagem. Priorizar algo é como ter um filho, é querer mais que o mundo, ou simplesmente querer o mundo dando certo com aquilo. Não me venha com crises de romantismo, ora pois! Me venha com crises de afeto ou não venha. Se isso não te basta, que paremos. Nada mais me apetece como antes. Pra constar, ando mesmo é enjoado de tantos doces e tantas formas caramelizadas. Pimenta, cadê?

Texto de Patrick Moraes

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