Aquele mero detalhe mudado na sexta até ontem não fazia o menor sentido, não alterava minha capacidade de rir, muito menos a forma como eu conduzia meus desejos. Mas toda aquela sensibilidade que eu trazia em cada construção simplesmente se desfez, ou melhor, se refez. Refez em outra forma de ser sensível, em outro ritmo para pulsar. Poderia ter sido como o castelo de areia que o mar simplesmente derrubou as duas torres, levou a bandeira, mas esqueceu de tirar a ponte que abriu o portão da frente.
Aquele sorriso largo por debaixo do boné vermelho já não me deixava tão bobo em contar os minutos, não instigava meus ouvidos por um bloco do eu sozinho e muito menos sentia que dessa vez o ser sensível estava esperto. Ele continuava bobo, continuava disperso na multidão de incoerências e verdades que quis mentir pra si. Dançava na chuva sem se preocupar em molhar a roupa, em transparecer desejos, em deixar a água revelar a alegria por ter se encantado aquela noite. Poderia ser simplesmente o menino loirinho que corria a praça inteira na intenção de achar a bola grande, colorida, transparante.
Aquele laço de verdade contado por simples dedos, por incansáveis elogios. O ser quase ingênuo, o meio duvidar acreditando, o simples entregar a parte instável ao mínimo de confiança. Era a parte que pendia da gangorra, o arranhar dos pés quando o balanço azul não voava tão suave. Era o pássaro que ele viu azul se tornando lilás, vermelho, rosa, amarelo. Poderia atuar como Adam, berrar depois de ler a agenda com um mero detalhe enganador e, por fim, entender que os guaxinins podem não morar ali, mas com certeza se mudarão a cada noite em busca do jardim escuro.
Bolas murchas, desejos mais sinceros e uma ponte em reconstrução. Talvez os livros de Beth tragam um sentido para toda a história!
Aquele sorriso largo por debaixo do boné vermelho já não me deixava tão bobo em contar os minutos, não instigava meus ouvidos por um bloco do eu sozinho e muito menos sentia que dessa vez o ser sensível estava esperto. Ele continuava bobo, continuava disperso na multidão de incoerências e verdades que quis mentir pra si. Dançava na chuva sem se preocupar em molhar a roupa, em transparecer desejos, em deixar a água revelar a alegria por ter se encantado aquela noite. Poderia ser simplesmente o menino loirinho que corria a praça inteira na intenção de achar a bola grande, colorida, transparante.
Aquele laço de verdade contado por simples dedos, por incansáveis elogios. O ser quase ingênuo, o meio duvidar acreditando, o simples entregar a parte instável ao mínimo de confiança. Era a parte que pendia da gangorra, o arranhar dos pés quando o balanço azul não voava tão suave. Era o pássaro que ele viu azul se tornando lilás, vermelho, rosa, amarelo. Poderia atuar como Adam, berrar depois de ler a agenda com um mero detalhe enganador e, por fim, entender que os guaxinins podem não morar ali, mas com certeza se mudarão a cada noite em busca do jardim escuro.
Bolas murchas, desejos mais sinceros e uma ponte em reconstrução. Talvez os livros de Beth tragam um sentido para toda a história!
Texto de Patrick Moraes
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