terça-feira, 26 de maio de 2009

E cai sempre no amor


"Eu sou o sol da sua noite em claro, um rádio. Eu sou pelo avesso sua pele, o seu casaco."
(Adriana Calcanhotto)


Você chegou, arrancou suspiros, beijos e carinhos especiais. Você continuou mesmo de longe, naquela distância que a estrada fez questão de ir me mostrando aos poucos. E quando eu pensei que você não seria tão importante, você me mostra que sabe enganar bem. Pensei que tinha o domínio da situação, que saberia controlar os passos, as batidas e os movimentos. Mas você soube marcar território, ganhar minha atenção exclusiva e me deixar um completo bobo.

E agora eu vejo a gente em todos os lugares. O futuro parece nem existir se você não fizer parte dos meus planos, se não tiver contigo compartilhando nem que seja um pedaço de pizza na sexta a noite. Parece que o sofá que tanto admirava fica grande demais só pra mim. A cama mesmo pequena me deixa cheio de frio e os outros olhos nas noites de sábado perdem o brilho. Queria nem falar de amor mais uma vez, queria deixar de lado toda essa sentimentalidade que domina os dias longe de você. Mas é impossível não falar de mim, não falar da gente, não cair no amor inconstante. Só faz sentido assim, você nos meus textos, eu em sua vida. Só faz sentido acordar do teu lado e nem ter vergonha da minha cara de sono.

O bolo de chocolate quentinho no forno está pronto! Já que você não pode comer aquele pedacinho hoje, eu assisto aquele programa na TV, leio uma crônica sobre relacionamento e ouço o disco da Roberta Sá. Já que você não me esquenta essa noite, a coberta verde ainda serve de agasalho, mesmo que meu coração fique com saudades dos seus carinhos. E mesmo não vendo a campanhia tocar e ouvindo a porta abrir eu sei que aquele elevador levou o que de mais valioso eu ganhei nesses últimos tempos.

Você é a saudade que eu quero ter, a presença diária e o amor da vida toda.
Texto de Patrick Moraes

2 comentários:

Érian disse...

e que sejamos sempre felizes tendo como fonte maior de inspiração, o amor!

Becka Cupaiolo disse...

Ah, que lindo e que triste;
esse tipo de texto só me traz
saudades, saudades e vontade de
escrever, escrever sobre a saudade,
sobre o sentimento, sobre o que
passou e também não volta mais.