Falta você aparecer aqui em casa sem avisar, pedindo para dormir só essa noite ao meu lado enquanto eu te faço cafuné depois de secar sua saudade. Falta você programar aquela viagem do próximo feriado e só me ligar mandando eu arrumar as malas que está passando para me buscar depois do trabalho. Falta você me jogar contra a parede no meio daquela festa e, sem qualquer espaço para eu decidir se a gente vai continuar juntos ou não, me beijar como se fosse a última vez.
Falta aquele amor no meio da chuva, aquela preocupação com o resfriado no dia seguinte, aquele beijo na testa depois de uma noite intensa, como quem diz: “estou aqui para cuidar de você”. Falta a sua foto no mural do meu quarto, com um sorriso bobo em meio aquela careta que você sabe que eu não resisto. Falta aquele colo no fim de um domingo qualquer, para uma conversa sem qualquer sentido ou para discutir quantos filhos teremos e onde serei ainda mais seu depois do nosso casamento.
Falta você descobrir que aos trinta anos a gente vai ser ainda mais apaixonado do que somos hoje. Que vamos dividir não só os desejos em bilhetinhos bobos, mas também as contas do mercado, a cama depois do trabalho, as preocupações de família e todas as manhãs em que você acordar com aquele mau humor. Falta você, até mesmo, para implicar com aquele ex-namorado, com aquela bebedeira da última festa de rua, com aquele dia em que não te liguei porque peguei no sono no meio das apostilas chatas de legislação.
Falta você me escolher para dividir os últimos dias de nossas vidas, em uma cadeira de balanço no meio da varanda lá de casa ou em uma caminhada no passeio velho do parque. Falta você sorrir, pela primeira vez, ao acordar cedo em pleno domingo e perceber que não falta mais nada, que está tudo ali contigo: tudo que um dia foi sonho e que, agora, se materializa em forma de companhia e do nosso amor.
Texto de Patrick Moraes
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