terça-feira, 14 de julho de 2009

Podem ser enganos, podem ser verdades!


"Os deuses, as dúvidas. Pra quê amendoeiras pelas ruas?" (Adriana Calcanhotto)



Mais um ponto final. Mais um parágrafo que resolvi começar na estória. As linhas velhas foram gravadas com tanta delicadeza que acabou se desfazendo no meio da narrativa. Você parecia ser personagem principal, ganhava tamanho espaço na trama, que jamais nenhum mocinho conseguiria. Talvez nem mesmo o boneco loirinho com a blusa listrada foi capaz de segurar a corda que eu sempre quis manter. Não, não é problema do herói, nem existe o vilão que derrubou isso tudo! Apenas a trilha sonora chegou na última faixa e o "Kiss Me" não comove mais como antes.

Outro ponto, outro início de situação. Percepções, riscos e uma atitude que nunca existiu. Apareceu sem sentido, como um elemento a mais na forma de escrever. Dialogal demais não serve. Sem temáticas próprias, num rito de curiosidade e desejo. Talvez fôssemos testemunhas de mais um começo, sem fim. Não existe certeza, não existe engano! Existe a intuição, o querer da novidade, das sensações estranhas, imperceptíveis, inusitadas.

O cheiro! Sim, ficou impregnado até hoje! E na noite fria, ao lado da janela que você tanto gostou, eu senti o perfume. Embaçado, o vidro parece ocultar as luzes lá embaixo, lá em cima, onde você prometou escrever um episódio dos meus contos reais. As luzes vermelhas chamam mais atenção e, no meio delas, o céu é azul demais pra mim. Mas da janela do quarto eu consigo enxergar claridade, eu consigo sentir o calor do vento aqui de cima.

Agora acabaram as certezas. E os enganos ficam para quem não quer enxergar.


Texto de Patrick Moraes

2 comentários:

Marcelle disse...

Q lindo ámico...
Esse é o Trick q eu conheço...
Bjokas!

Ryan Zamperlini disse...

Esses requintes de versos criptografados por situações vividas por você e transformadas em palavras me deixa inquieto!

;~~